Contagem decrescente

Não vale mais a pena querer tentar fugir das coisas, aliás fugir das coisas é cobardia, e eu disse que não era cobarde e não o vou demonstrar ser. Não vale a pena fingir que não estou minimamente importada porque isso é mentira. Estou presa a vocês, estou presa aquele espaço e presa aquele jogo. Não o consigo largar, aliás sinto que se o largar é como se estivesse a desistir do jogo e eu não gosto de desistir. Mas na verdade não vale fingir que tudo vai correr bem, ou que tudo vai correr mal a verdade é que o dia está prestes a chegar, o confronto é já amanhã e eu vou dar luta para permanecer em jogo, eu não quero desistir à primeira. Amanhã poderá ser a última vez, ou até a primeira de muita vezes. Amanhã é o que tiver de acontecer já estou por tudo e sinceramente já estou cansada de pensar nisto só me tem abalado só o facto de pensar que posso ficar sem tudo. Vamos dar tudo da nossa parte, nós queremos ficar. 
 Eu cresci com tudo aquilo, e agora sei que chegou a hora, a hora mais dura mas que por mais que tenha medo das respostas eu vou ter de enfrentar, e sei que vou tremer quando estiver a subir aquelas escadas, vou ter medo de bater naquela porta e vou engolir muito em seco quando me forem para dar a resposta.  Na verdade toda a gente sabe que a Cátia sem aquilo não é a Cátia.


E eu hoje admito estou com medo, muito medo. Tenho receio da crueldade do Mundo e tenho medo do destino ou algo do género a única coisa que sei é que eu sem aquilo não sou nada, eu sem vocês não sou ninguém. Nenhum é o Homem que é o melhor sem estar nas suas origens, e isso é a minha origem.